Centro de Formação
Deteção precoce de Sinais de sofrimento psíquico no primeiro ano de vida
29 e 30 de outubro | 5, 6, 12 e 13 de novembro de 2021 (Online)
Na clínica da primeira infância, é frequente recebermos a queixa de mães/famílias que, já no primeiro ano de vida, tinham percebido que algo não ia bem com o seu bebé. Porém, a resposta habitual dos profissionais consultados consistia numa sugestão para se esperar. Depois de deixarem o tempo passar, estas mães/famílias foram, muitas vezes, surpreendidas com diagnósticos fechados relativamente a situações patológicas.
Hoje em dia, a noção de um bebé poder sofrer psiquicamente e de esse sofrimento ter consequências diretas sobre o desenvolvimento continua a surpreender muitos profissionais da primeira infância. Os primeiros anos de vida têm um papel preponderante na constituição do psiquismo. A estrutura psíquica do bebé não está decidida entre os 0 e os 3 anos; graças à neuroplasticidade, nos primeiros anos de vida, tudo está em aberto.
O desenvolvimento do humano não ocorre fora de um contexto cultural. Pelo contrário, decorre sempre numa associação entre aspetos orgânicos (de crescimento e maturação) e aspetos psíquicos (da constituição do bebé produzida em relação com o seu “Outro” materno, familiar, escolar e social). Assim, pensamos, é possível e necessário detetar precocemente se “algo não vai bem” no percurso intrapsíquico da primeira infância. Sobretudo, para se poder organizar, atempadamente, uma intervenção que favoreça a estruturação psíquica do bebé.
Por isso, é preciso transmitir, aos profissionais que trabalham com bebés, indicadores através dos quais seja possível ler o comportamento espontâneo do bebé, ou seja, o conhecimento produzido no contexto da clínica com bebés e transmissível por meio de instrumentos de referencial psicanalítico. Essa leitura deveria permitir compreender o modo como o bebé se constitui do ponto de vista psíquico. Isto é, as práticas de deteção precoce de sofrimento psíquico devem instalar-se no contexto do acompanhamento do desenvolvimento a fim de que este não se reduza a questões orgânicas.
O protocolo PREAUT e o instrumento IRDI possibilitam essa transmissão. Por isso, a formação dos profissionais aborda esses instrumentos como ferramentas que permitem a deteção precoce de sinais de sofrimento psíquico em bebés, antes que uma patologia definida esteja instaurada e um diagnóstico fechado. Os sinais PREAUT são considerados atualmente como os sinais de risco mais precoce em uso para o autismo. Seus indicadores, validados, implicam uma posição ativa, provocadora do bebé em se fazer olhar e se fazer escutar e suscitar trocas prazerosas com os pais (ou cuidadores). O instrumento IRDI, ao ser baseado em comportamentos típicos de bebés ao longo da primeira infância, introduz, no acompanhamento do desenvolvimento, indicadores clínicos que permitem uma intervenção que favorece, em simultâneo, a estruturação do bebé e a estruturação da função materna.
Descarregue aqui o folheto informativo
Data limite de inscrição: 20-10-2021
Para mais informações sobre as nossas formações e eventos, contacte: formacao@anip.net
Inscrição: Associado da ANIP: 40 € || Não Associado: 55 €
Horário: Sextas-feiras: 17h30 às 21h30 || Sábados: 09h30 às 13h30
Duração: 21 horas – 6 sessões síncronas
Forma de Organização: ONLINE (Plataforma Zoom)